Dance of Thieves

Dance of Thieves

A darkside books é uma editora conhecida pelas publicações caprichosas, de capa dura, artes elaboradas e 11 selos e coleções que se dedicam aos clássicos, quadrinhos, bastidores dos filmes sombrios mais famosos do cinema, livros infantis, entre outros.

Com o objetivo de abrigar e contar as histórias de autoras mulheres a editora criou o selo DarkLove, responsável por algum dos seus títulos mais populares.

A trilogia Crônicas de amor e ódio, da autora americana Mary E. Pearson, é um dos grandes sucessos do selo e  atraiu dezenas de fãs brasileiros para a fantasia protagonizada pela princesa do reino de Morrigan, Lia. 

No final de 2018 a Darklove amenizou a saudade dos leitores da autora com o lançamento de Dance of Thieves, primeiro livro da duologia Dinastia de Ladrões. Esta nova aventura se passa no mesmo universo, seis anos após os eventos narrados em Crônicas de amor e ódio. Mary traz mais uma vez uma história viciante com uma protagonista feminina forte e carismática.

Nesta nova aventura acompanhamos a ladra reformada Kazi, soldada da guarda especial da rainha de Morrighan composta pelos rahtans. Ela é enviada  em uma missão para investigar transgressões dos tratados e capturar um bandido de guerra que ameaça a paz entre todos os reinos.

Boca do Inferno  é um cidade comandada pelos Bellenger, família fora da lei que governa a área há centenas de anos. Após a morte do patriarca, seu filho, Jase, assume a liderança da dinastia e se torna o novo patrei.

Assim que chega à cidade Kazi logo se envolve em confusão e faz Jase ser humilhado na frente dos habitantes. Mas o que era para ser uma rivalidade se transforma em uma inesperada parceria, quando os dois são sequestrados por contrabandistas de escravos e precisam encontrar o caminho de volta para casa enquanto estão acorrentados um ao outro. 

As imprevisibilidades enriquecem a história de Kazi e Jase com romance, política, fantasia e ancestralidade e repercute dois fatores muito presentes no cenário literário jovem atual. O primeiro deles é a representação predominantemente adulta de protagonistas adolescentes. Kazi e Jase têm 17 e 19 anos, respectivamente, mas suas vidas, desafios e personalidade são muito próximos de ansiães.

Kazi corre sozinha pelas ruas de Venda  desde o 6 anos de idade. Sobrevivendo por meio de roubos, a jovem é conhecida no meio da malandragem pelo apelido Dez  por ter os dez dedos da mão intactos, coisa rara entre os larápios. Após cuspir na rainha é levada para o castelo, onde começa a treinar para ser uma soldada e em dez anos é posta no comando de uma missão muito importante. 

Jase não é o filho mais velho, mas é escolhido para suceder o pai e comandar toda a família, além de governar uma região imprescindível comercialmente, povoada por intrigas e maquinações contra os Ballenger. 

Se o fato deste ser um livro jovem adulto fosse ocultado, seria fácil associar o perfil dos personagens a dois protagonistas em seus vinte e muito anos. Vez ou outra até nos esquecemos que ali temos dois adolescentes, tamanhas são as responsabilidades que a eles são atribuídas pela vida. 

Entretanto, Jase e Kazi são jovens que precisaram virar adultos rápido demais. Quando começamos a esquecer disso a autora nos puxa de volta aos fatos por meio de episódios de emoções a flor da pele e certa imprudência que os levam a caminhos perigosos. 

O segundo fator é motivo de discussão e certo desgosto de muitos. Dar continuidade a uma saga ou universo já concluído é mesmo necessário? A fantasia se expande e se transforma como nenhum outro gênero é capaz de fazer. Rica em destinos, seu passado, presente e futuro se entrelaçam, se dividem e se agigantam de forma independente ao seu criador, tirando das mãos dele o controle daquilo que precisa ser contado. 

Em meio a um mercado no qual o lucro por muitas vezes corrompe sagas perfeitas, a autora valeu-se das nuances de Morrighan para expandir um universo já adorado sem dissimulação ou ganância, irrigando-o com a presença de personagens profundos  e abundantes em personalidade e importância para seu crescimento. 

Kazi é especialista em charadas, Jase tem o dom de contar histórias de tempos antigos e juntos, por meio do talento com as palavras,  modificam velhos conceitos e certezas na expectativa de que novas histórias surjam e cresçam com o cuidado e a responsabilidade daqueles nascidos para contá-las.

*Ilustração desenvolvida por Murillo Magalhães especialmente para o Vira-Tempo.

Dance of Thieves

Dance of Thieves

  • Autor: Mary E. Pearson
  • Tradução: Ana Death Duarte
  • Editora: Darkside
  • Ano de Publicação: 2018
  • Nº de páginas: 512

Mary E. Pearson está de volta, pronta para roubar o coração dos leitores com Dance of Thieves, o primeiro volume de Dinastia de Ladrões, a nova série ambientada no mesmo universo das Crônicas de amor & Ódio, alguns anos depois de seu desfecho.
Quando o patriarca do império Ballenger morre, seu filho, Jase, torna-se seu novo líder. Até mesmo os reinos mais próximos se curvam à força dessa família fora da lei, que sempre governou por suas próprias regras.
Mas uma nova era surge no horizonte, movimentada por uma jovem rainha, que logo se torna alvo de ressentimentos e ira da dinastia. Kazi, uma ladra reformada que cresceu nas ruas de Venda e sobreviveu por sua inteligência e agilidade, agora faz parte dos Rahtans, a guarda da rainha, e é enviada por ela para investigar transgressões e violações de tratados vigentes junto a Synové e Wren, outras duas soldadas da guarda real.
Quando chega à terra proibida dos Ballenger, um incidente a deixa acorrentada a Jase, trazendo empecilhos ao seu trabalho. A competição de sagacidade com o jovem líder faz com que eventos inesperados saiam de controle, e o laço entre ambos se estreita conforme eles utilizam falsos argumentos para cumprir suas próprias missões e promessas. A batalha de poder entre Kazi e Jase pode lhes custar a vida — e seus corações.

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